Embraer e FAB anunciam aeronave com um conceito revolucionário.

Reinaldo Neves

Durante a realização do Seminário de Defesa Nacional, promovido pelo Ministério da Defesa, o  Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, apresentou o conceito de uma nova aeronave STOUT (Short Take Off Utility Transport), que será desenvolvida para substituição dos cargueiros leves atualmente em uso, o  C-95 Bandeirante e C-97 Brasília.

Como indica o seu conceito, será uma aeronave com ampla capacidade de operação em pistas curtas e não preparadas, ideal para utilização nos diversos rincões do país, em especial a região amazônica.

A grande novidade é seu  conceito híbrido, o projeto mostra dois motores turboélices e dois motores elétricos, estes na ponta de cada asa. Suas dimensões se assemelham a do C-97 Brasília, no que tange a comprimento e envergadura, possuindo, entretanto uma fuselagem mais larga, além da presença de uma rampa traseira. Este formato permite o embarque de viaturas, carga paletizada, tropas de soldados/paraquedistas até um total de 3 toneladas de carga.

Apuramos ainda outra grande inovação neste conceito, sendo um projeto exclusivo da Embraer, referente ao gerenciamento dos motores turbo hélices com os motores elétricos. É sabido que , em aeronaves com múltiplos motores, ao se ter uma pane de funcionamento em algum motor a aeronave trabalhará com assimetria de torque, pois uma asa estará tracionando a aeronave com força maior que a outra. Neste projeto, o motor elétrico na ponta da asa é alimentado por geradores instalados no motor turbo hélice situado na outra asa. Em caso de pane em um motor turbo hélice o motor elétrico situado nesta asa continuará a funcionar pois sua alimentação provém do motor bom na outra asa.  Devido ao motor elétrico estar na ponta da asa o “braço” (física/aerodinâmica) mais alongado equilibra o efeito da assimetria de torque. Além disso, o motor elétrico funcionará com 1/3 da força do turbo hélice. Ponto para a Embraer!

Ainda é uma visão conceitual, mas já permite antever um avanço tecnológico imenso para a nossa Indústria e nossa Força Aérea.

Imagens: FAB