Reinaldo Neves

HISTÓRICO

O início da Aviação Militar Argentina se deu no dia 10 de Agosto de 1912, quando através de um decreto presidencial foi criada a Escola de Aviação Militar, em Buenos Aires. Nas décadas seguintes seguiu-se um intenso

desenvolvimento da atividade aérea militar, que culminou com a criação da Fábrica Militar de Aviões em Córdoba, no ano de 1927. Somente em 1945 a aviação militar se tornaria uma força armada independente, realizando a partir de então missões de reconhecimento na Antártida e desenvolvimento de armamentos aéreos, como foguetes. Seu batismo de fogo se deu em 1982, na chamada Guerra das Malvinas, quando o país foi à guerra contra a Inglaterra, naquela que provavelmente foi a última das grandes batalhas aeronavais envolvendo submarinos, porta-aviões, fuzileiros navais e ataques quase suicidas dos audaciosos pilotos argentinos. Os pilotos militares argentinos escreveram ali seus nomes na história, por lutarem aguerridamente contra um oponente muitas vezes superior. Atualmente a Força Aérea cumpre suas missões específicas de uma força armada e também de auxílio em buscas e salvamento, missões na Antártida e também de cooperação com a ONU.

 

SOLENIDADE

Com a presença de diversos chefes de Forças Armadas de países sul-americanos a cerimônia iniciou-se às 11 horas, debaixo de um céu azul e o típico frio da região sul de nosso continente, aquecido, porém por um sol brilhante, lembrando o desenho na bandeira do país. O sol brilhante é um ícone presente na cultura argentina e todos estavam muito felizes com a limpidez e o esplendor do dia. De todas as unidades da Força vieram representantes formados em pelotões e companhias, vestidos com uniformes de gala e também uniformes históricos, além de veteranos da guerra. Após a abertura e leitura da ordem do dia contando a história e os feitos da aviação militar houve um momento de celebração religiosa em memória dos que perderam suas vidas nos combates ocorridos há 30 anos. Em seguida, ao som de um afinadíssimo trompete foi entoado o Toque de silêncio e uma esquadrilha de A-4 Fightinghawk realizou a passagem “missing man” (homem perdido) em homenagem aos companheiros mortos nas missões. A Força Aérea perdeu 55 aeronautas e empregou 7.500 homens no conflito.

Durante seu discurso final, o Ministro da Defesa, Dr. Arturo Puricelli, citou as dificuldades encontradas pela Força na sua recuperação após o término dos conflitos, que teve um alto custo em vidas e equipamentos. Pontos altos de seu discurso:

– Enfatizou que ainda “está pendente de recuperação o território das Malvinas”;

– Lembrou a necessidade do domínio da Ciência e Tecnologia pelos técnicos argentinos;

– Citou os esforços de Nestor Kirchner em uma política de recuperação da indústria militar, a partir de 2003;

– Comprometimento com a união entre os países sul-americanos,

– Elogiou as iniciativas dos governos em resolver diplomaticamente os problemas fronteiriços, citando o Chile, Peru, Colômbia e Equador.

Ao encerrar, foi ovacionado pelos presentes ao falar sobre o recente aumento concedido a todos os militares, reequilibrando seu valor perdido nos anos anteriores. O aumento foi de 51% aos oficiais, 85% aos Suboficiais e sargentos e de 140% aos soldados.

 

DESFILE AÉREO

A seguir aconteceu o Desfile aéreo de 76 aeronaves das Forças Armadas da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile e Uruguai.

Desfilaram as seguintes aeronaves:

Learjet LJ-35 e LJ-60, K-8 Karakorun (Bolívia), IA 58 Pucará (Uruguai), T-27 Tucano (Esquadrilha da Fumaça – Brasil), Extra 300 (Halcones – Chile), AMD M-IIIE e AMD Mara, A-4 Fightinghawk, IA 63 Pampa e Pampa II, Focker F-28 Fellowship, C-130 e KC-130 Hércules, Saab 340 B, F-27 Friendship, IA-58 Pucará, EMB 312 Tucano, T-34 Turbomentor, B-200 Super King Air, DHC-6 Twin Otter, e ainda os helicópteros SA 315B Lama, Hughes 500, Bell 212, UH-1H Iroquois e MI-17E.

Após o desfile aéreo toda a tropa marchou garbosamente perante as autoridades e no final foi apresentada a nova Esquadrilha de Demonstração “Cruz Del Sur”, com aeronaves Pampa e Pampa II. Este último recebeu uma nova pintura e foi exposto no pátio como o número um da nova Esquadrilha.

 

 

 

 

 

 

 

 

Esta reportagem foi postada originalmente neste site em Agosto de 2012.