Reinaldo Neves

De todas as aeronaves a jato participantes da Cruzex, o A-37B era o menor e o mais antigo em operação, mas talvez tenha sido, em sua vida de combatente, o que mais eficientemente cumpriu a missão para a qual foi desenvolvido: o apoio aproximado as tropas, realizando missões de ataque com bombas de fragmentação, napalm e sua metralhadora minigun calibre 7,62mm. Construído a partir do Cessna T-37, treinador a jato bimotor, de grande sucesso comercial, operado inclusive por nossa Força Aérea, o Dragonfly buscava cumprir o conceito de avião de ataque leve. Este conceito era alvo de estudos desde os anos 50 e no início dos 60 a guerra do Vietnam foi, tristemente,  o “campo de teste real” deste conceito. Os soldados americanos se sentiam mais seguros quando um A-37 surgia atacando os vietcongs com uma precisão muito maior que os Phanton F-4, tanto no lançamento de bombas e foguetes quanto no tiro direto de sua metralhadora , disparando de seus canos a carga estocada de  1200 cartuchos em seu compartimento. Seu envelope de uso lhe permitia operar muito mais próximo ao solo que os outros jatos e assim a sua eficácia foi terrivelmente certificada pelo inimigo. Dos 557 construidos,  a Força Aérea Vietnamita do Sul recebeu 254 unidades e as demais foram usadas na Reserva da USAF e/ou vendidas para diversos países. Diversos A-37B ainda operam na América central e do Sul e nesta edição tivemos a participação de A-37B Dragonfly da Força Aérea Uruguaia e também da Força Aérea Colombiana. Nesta foto, um representante nas cores da Força Aérea da Colômbia, registrado em contra-luz ao por do sol, quando o horizonte mescla tons de amarelo, vermelho, laranja e todas as outras cores ganham saturação. A utilização de um flash externo, modelo Vivitar 285 ( um conceito tão antigo quanto o A-37B ) operando em modo 100% manual, variando sua carga entre um click e outro permitiu uma leve iluminação da fuselagem e também do asfalto, o que me possibilitou um bom trabalho de ajustes no photoshop. Sem o uso moderado do flash jamais eu conseguiria os detalhes da fuselagem frontal do jato. Se eu tivesse que, forçosamente escolher apenas uma de todas as minhas fotos da Cruzex, pela história e pela beleza da imagem no momento do crepúsculo esta seria a número UM.