Força Aérea da Bélgica aposenta o primeiro F-16 europeu a atingir 8.000 horas de vôo.

Reinaldo Neves

 

A Lockheed Martin, conhecida fabricante de aviões, produziu ao longo das últimas décadas um dos mais icônicos aviões de combate: O General Dynamics F-16 Fighting Falcon. Desenvolvido pela General Dynamics após vencer uma concorrência do governo norte americano, tinha originalmente a função de interceptador de curto alcance, complementando as ações de caças de maior alcance. A evolução da aeronave transformou-a em um caça bombardeiro leve, podendo atuar em praticamente todos os cenários de conflito. Seu sucesso pode ser medido pela quantidade de unidades fabricadas, acima de 4.000 aeronaves.

Um dos operadores do F-16 Viper ( nome popular entre os pilotos) é a Bélgica, que comprou 160 unidades do modelo. Após décadas de uso, com dezenas de aviões perdidos em acidentes e incidentes a Força Aérea viu uma de suas aeronaves atingir a expressiva marca de 8.000 horas de vôo. Esta marca é o limite operacional  de uso do avião, determinada pelo fabricante e os belgas decidiram não descumpri-la.

Histórico:
O Viper serial 80-3586, registrado na Força Aérea Belga como FA-95 é um F-16A Block 15R, tendo sido entregue pelo fabricante aos belgas em 1985. Ao longo de 38 anos esta aeronave prestou relevantes serviços ao país, tendo atuado na defesa aérea e também em operações internacionais. Realizou missões nos países bálticos e também em operações militares no Kosovo, Afeganistão, Síria, Libia e Iraque. Segundo o CMT da Base Aérea de Kleine Brogel, Coronel Koen Vanheste, o avião está em ótimas condições de vôo, mas além do limite de horas do fabricante, o FA-95 está exigindo 10 horas de manutenção por hora de vôo, gerando uma carga extra de trabalho. Assim, este Viper se tornou o primeiro F-16 belga e europeu a ser aposentado por limite de horas de vôo, algo inédito e que levou a Força a homenagear a aeronave, com uma pintura comemorativa em sua cauda. Seu último vôo aconteceu no dia 8 de setembro , durante o Spotterday na véspera do Belgian Air Force Days.

O destino do avião foi nobre, como sua carreira, e se tornou uma plataforma de treinamento dos futuros mecânicos da Força Aérea Belga.